1 de dezembro de 2006

Avaliação nutricional nos CEIs tem resultados positivos

Durante os meses de outubro e novembro foi realizada com as crianças dos cinco Centros de Educação Infantil, CEIs, da rede municipal de ensino de Xaxim a segunda avaliação nutricional do ano. A avaliação nutricional é realizada de acordo com os indicadores de peso e altura e peso e idade, conforme o National Center for Health Statistics, NCHS, seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde, OMS.
Foram avaliadas 379 crianças, com idade entre cinco meses e cinco anos. O resultado desta avaliação apontou 81% dos alunos com peso adequado, correspondendo a 307 alunos. Crianças obesas são 5,3%, com sobrepeso 6,4%, baixo peso ou desnutrição 2,6% e risco para baixo peso ou desnutrição 4,7%. De acordo com o indicador peso e idade, 79% tem peso adequado, 3,4% são obesas, 9,3% tem sobrepeso, 3,2% tem desnutrição leve e 5,1% de risco de desnutrição.
Em comparação com a primeira avaliação, feita entre abril e maio, houve aumento de 3,5% no número de crianças com peso adequado. Houve também redução no número de crianças obesas, de 7,2 para 5,3%, e de alunos com sobrepeso, com redução de 10,8% para 6,4.
A nutricionista responsável pela avaliação, Margareth Tribess, afirma que o resultado melhorou porque os pais compreenderam, através das orientações realizadas em capacitações, que é essencial que se faça o acompanhamento alimentar das crianças. Estas avaliações são necessárias para que se possam diagnosticar precocemente distúrbios na alimentação e tratá-los antes que a pessoa atinja a adolescência ou a vida adulta. As chances de se vencer a obesidade, por exemplo, de acordo com Margareth, diminuem 80% quando se chega à idade adulta.
Nos casos em que se verifica algum distúrbio alimentar são adotadas medidas para sanar o problema. Estas medidas vão desde a orientação aos pais, com capacitações, mudança na alimentação no próprio CEI e, caso necessário, acompanhamento com exames laboratoriais.


Hábitos alimentares da infância definem gostos futuros

A obesidade infantil está relacionada com o desmame precoce e a utilização de farinhas para "engrossar" o leite das mamadeiras. Diferentemente do leite materno, o leite de vaca usado na mamadeira contém sódio e gordura em excesso. É recomendável, portanto, que o recém-nascido tome o leite materno até, no mínimo, o sexto mês.
O fato das crianças se acostumarem com o sabor doce logo nos primeiros meses de vida, quando as mães acrescentam açúcar às mamadeiras de leite, também pode contribuir para a obesidade infantil. Além disso, o sedentarismo também tem grande influência, pois a diminuição da atividade física leva ao menor gasto energético.
Para a nutricionista Margareth é importante que as crianças, já a partir dos seis meses, tenham uma dieta variada, colorida, que possua sabores e texturas diferentes, uma vez que os hábitos alimentares serão formados ainda nos primeiros anos de vida. Recomenda-se também que os horários das refeições sejam bem estabelecidos e que se evitem longos períodos sem alimentação. "Nos intervalos das refeições principais devem ser inclusos lanches que podem conter, por exemplo, leite, frutas e pão, ou cereais", ensina Margareth.
Para que a criança tenha uma alimentação equilibrada, é recomendável que consuma, pelo menos, um alimento de cada um dos três grupos abaixo, em cada refeição:
- Reguladores: frutas, verduras e legumes. São as fontes de vitaminas, minerais e fibras.
- Energéticos: cereais, pães, macarrão, batata, mandioca, farinhas, etc. Estes são as fontes de carboidrato, que fornecem energia ao organismo.
- Construtores: são ricos em proteínas, cálcio e ferro e compreendem as carnes de vaca e frango, peixes, ovos, leite e derivados e as leguminosas como os feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja, etc.
Além disso, recomenda-se que se aumente o nível de atividade física da criança, que se diminuam os alimentos gordurosos, excluindo as frituras do seu cardápio e utilizando pouco óleo na preparação dos alimentos. Também se aconselha a substituição dos refrescos artificiais e dos refrigerantes por sucos naturais de frutas, além da diminuição do consumo de doces e açúcar e dos alimentos de "fast food" e "junk food", dando sempre preferência aos alimentos frescos e naturais.
Para crianças obesas, sugere-se uma educação nutricional, e não uma dieta, para que os resultados sejam de longo prazo. Do mesmo modo, é importante que a família também siga as mesmas normas alimentares e que não se utilize o alimento como prêmio ou punição na educação.

Informações adicionais: Priscila Maboni – smexaxim@gmail.com